PROJETO: CONVIVENDO COM A DIVERSIDADE
DIREÇÃO:
♦Cecília Welter Ledesma
♦Cecília Welter Ledesma
Adelir Terezinha Haveroth
Adauto Alves Teixeira
Vilma Faria de Lima Rodrigues
Paulo Fernando Zorzanello
Coordenadores Pedagógicos
Alunos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA
Professores de Artes, Língua Portuguesa, Historia, Ciências, Geografia, Educação Física.
O Projeto será executado contando com a atuação de profissionais da E.E PAULO FREIRE em parceria com profissionais da Fundação Nacional do Índio – FUNASA.
Durante os meses de fevereiro, março e abril/2011 culminando com a Festa de Congraçamento a ser realizada no dia 19 de abril, DIA DO ÍNDIO
Conviver com a diversidade é respeitar a cultura e os costumes dos povos que ajudaram a construir a historia. Assim reviver a história é também sentir o sabor, isto é, conhecer por sentido e gosto das histórias contadas. É compartilhar a experiência, praticar o exercício da cidadania, em diferentes épocas, enfim, é descobrir a beleza da vida, a solidariedade ou a divergência entre os indivíduos na luta pela sobrevivência.
O município de Iguatemi, cidade sede do Projeto CONVIVENDO COM A DIVERSIDADE está localizado na região Sul-Fronteira do estado de Mato Grosso do Sul, apresentando extensão territorial de 2.875 Km2 e uma população de 14.564[1], conforme levantamento do ultimo Censo.
Não dispõe de aldeias indígenas, no entanto, faz fronteira com o município de Japorã o qual abriga a Aldeia Porto Lindo. Tradicionalmente os índios dessa Aldeia utilizam dos serviços de saúde, educação e demais serviços necessários a sua sobrevivência, no município de Iguatemi. O Hospital São Judas Tadeu registra um numero significativo de nascimentos de crianças indígenas e são comuns alunos descendentes da tribo guarani caiuá nas Escolas do município.
Sem duvida, os índios contribuíram para a formação do povo iguatemiense e auxiliaram no surgimento do município de Iguatemi, influenciando os acontecimentos políticos, sociais e econômicos. Em função da ocupação do lugar por povos de várias origens e pela localização fronteiriça o dialeto herdado pelo povo iguatemiense sofreu influências do espanhol “Castilho”, do dialeto “guarani” além de algumas construções indígenas como seu primeiro nome: Sacarão – vocábulo de origem guarani. que significa “osso da pata dianteira dos bovinos”. O córrego Sacarão trazia em suas margens diversas ossadas de bovinos, hábito dos índios e pioneiros que matavam bois, carneavam e deixavam ossadas espalhadas às margens. Outra curiosidade é o próprio nome: IGUATEMI palavra de origem tupi guarani, que significa: “água de fonte pequena”.
Durante vários anos foram criados vínculos importantes com as comunidades Guarani, as quais são o público-alvo deste projeto. Para contribuir com a revitalização da cultura indígena através da valorização do capital humano, cultural e material das comunidades serão trabalhados conteúdos que mostram a contribuição do povo indígena na colonização e formação do povo iguatemiense e brasileiro. Serão desenvolvidas ações necessárias para a valorização e preservação cultural, informações sobre sua medicina tradicional, participação da Escola em torneios esportivos, visitas a Aldeia, intercâmbio de saberes entre as comunidades.
O projeto inclui, ainda, ações ligadas à ecologia e preservação ambiental que buscam melhorar as condições de vida, revitalizando a visão ancestral de que os indígenas preservam a natureza. Será facilitado o Intercâmbio cultural entre alunos indígenas e não indígenas visando promover a socialização entre as etnias e a revitalização e valorização da Cultura Indígena.
- Dar visibilidade social criando oportunidade de intercambio entre os índios domiciliados na Aldeia Porto Lindo, com alunos da E.E Paulo Freire;
- Compreender a importância da cultura indígena na História de Iguatemi, promovendo a socialização de saberes.
- Conhecer e Valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.
- Respeitar os índios possibilitando a construção da cidadania numa sociedade pluri-étnica e pluricultural;
- Conhecer e valorizar a historia e as manifestações indígenas como: lendas, danças, crendices, alimentações;
- Debater hábitos e costumes, identificando semelhanças e diferenças no habitat, vestuário, armas, instrumentos musicais;
- Comparar o tempo cultural urbano com o da cultura indígena: ex: medida do tempo através do sol, estações do ano;
- Conhecer as formas de trabalho realizadas pelos índios (braçal e intelectual) e estabelecer relações com a história;
- Reconhecer através de palavras do contexto indígena as vogais e consoantes, mantendo a comunicação escrita (carta) entre alunos da Escola localizada na Aldeia com alunos lotados na EE Paulo Freire;
- Promover a socialização através da realização de torneios esportivos, visitas a Aldeia, entrevistas e palestras com o chefe indígena;
- Despertar a consciência ambiental e ecológica, bem como o papel de cada um na solução dos problemas relacionados a preservação da vida no planeta.
JUSTIFICATIVA:
Apesar de não serem "naturalmente ecologistas", os índios têm consciência da sua dependência – não apenas física, mas sobretudo cosmológica – em relação ao meio ambiente. Em função disso, desenvolveram formas de manejo dos recursos naturais que têm se mostrado fundamentais para a preservação da cobertura florestal no Brasil.
Os índios foram os primeiros povos que habitaram o Brasil e a região sul fronteira do Estado de Mato Grosso do Sul, influenciando na formação do povo brasileiro e iguatemiense. Vivem em tribos e possuem suas crenças, seus costumes, seus rituais e lutam para garantir o seu espaço. Para serem reconhecidos como seres humanos passaram por grandes dificuldades e discriminações. Algumas cartas régias definiram a relação dos colonizadores com as populações indígenas, talvez pressionados pelas críticas de alguns padres missionários. No século XVII Pombal criou a Diretoria dos Índios. No entanto os povos indígenas, ao longo da fase colonial, império e até o começo da República jamais foram vistos pelos representantes do Estado como categoria social a ser respeitada e protegida.
Em 1910 foi instituído o SPI Serviço de Proteção aos Índios; a partir de então iniciaram-se as discussões, dentro e fora do governo, sobre a importância e o sentido da tutela dos
povos indígenas, assumida constitucionalmente pela República. O Marechal Cândido Mariano foi o primeiro homem público a encarnar a missão humanitária de defesa dos
povos indígenas, em que pese a visão positivista (ainda hoje um pouco disseminada) de
civilizar esses povos. A partir de 1967 o SPI foi transformado em FUNAI Fundação Nacional de Apoio aos Índios, período em que se ampliaram as ações de apoio aos índios nos campos da saúde.
É importante acentuar que, a partir dos anos sessenta (séc. XX) surgiu um grupo de voluntários, pesquisadores e cientistas, muitos dos quais parceiros da FUNAI e professores das Universidades Federais, dedicados à causa indígena, sobretudo antropólogos, dentre os quais citamos: os irmãos Vilas-Boas, pioneiramente, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, Berta Ribeiro, Júlio César Melatti, Lux Vidal etc. É relevante a contribuição do CIMI- Conselho Indigenista Missionário, entidade vinculada à CNBB, todavia com grande autonomia nas suas concepções sócio-políticas e culturais em favor dos povos indígenas, inclusive da preservação da sua unidade cultural.
A Constituição Federal de 1988 dedica diversos artigos especialmente para tratar dos direitos que o Estado e a sociedade brasileira devem garantir a todos os povos indígenas. O Art. 210 apresenta que “serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”. E o § 2.º desse Artigo diz que “o ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem”.
Seguindo essa mesma linha de princípios a Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que trata das “Diretrizes e Bases da Educação Brasileira”, declara a necessidade da educação diferenciada aos índios, que deve ser bilíngüe e intercultural com os objetivos de proporcionar recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; além de garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.
Para que isso aconteça de forma satisfatória a EE Paulo Freire aplicara este Projeto com atividades pedagógicas específicas, incluindo conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades indígenas da localidade; elaborando e publicando sistematicamente material didático diferenciado de acordo com a cultura do povo indígena.
Seguindo essa mesma linha de princípios a Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que trata das “Diretrizes e Bases da Educação Brasileira”, declara a necessidade da educação diferenciada aos índios, que deve ser bilíngüe e intercultural com os objetivos de proporcionar recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; além de garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.
Para que isso aconteça de forma satisfatória a EE Paulo Freire aplicara este Projeto com atividades pedagógicas específicas, incluindo conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades indígenas da localidade; elaborando e publicando sistematicamente material didático diferenciado de acordo com a cultura do povo indígena.
Os professores das áreas afins incluirão os temas em seu planejamento, desenvolvendo tais atividades durante os meses de fevereiro, marco e abril culminando com a Festa de Congraçamento a ser realizada no dia 19 de abril, DIA DO ÍNDIO.
Promover danças e torneios esportivos entre alunos da EE Paulo Freire e alunos lotados em escolas da Aldeia Porto Lindo.
Promover momentos de confraternização, com premiação, condecorações devido conquistas alcançadas.
Conhecer as modalidades esportivas praticadas pelos indígenas.
Localizar em Mapa ou Globo Terrestre pontos do território nacional onde ainda vivem tribos indígenas;
Comparar o modo de vida dos índios de outras regiões com o modo de vida dos índios que ainda habitam a Aldeia Porto Lindo.
Conhecer fatos históricos do nascimento de Iguatemi e a influencia do índio na formação do povo.
Reconhecer os modos de vida dos índios, sua cultura, sua alimentação, formas de trabalho e sobrevivência;
Refletir e opinar sobre o papel do índio na formação da nação brasileira.
Levantar o vocabulário usado pelos indígenas e descobrir seus significados;
Produzir, utilizando diferentes formas de expressão, textos individuais e coletivos sobre os debates e as reflexões do assunto;
Orientar os alunos para elaborarem cartas endereçadas aos alunos indígenas,
Ler histórias originalmente indígenas ou que tratem do indígena e seus valores;
Organizar um dicionário ilustrado com algumas palavras indígenas.
ARTES:
Observar manifestações de arte da cestaria, da cerâmica, da plumaria e de outros objetos de cerdas vegetais e cordas, realizados pelos índios de hoje e de antigamente;
Observar ilustrações de artistas do tempo do Brasil – Colônia que retrataram o indígena e suas manifestações culturais;
Vivenciar por meio de dramatizações, danças, música e teatro a cultura indígena.
- Vivenciar por meio de atividades artísticas manuais e plásticas a cultura indígena, criando objetos e instrumentos musicais.
- Promover exposições.
Questões para debate
- Ainda existe preconceito com os índios?
- O que sabem, pensam e acham sobre isso?
- O que podem e o querem fazer para ajudar a mudar o quadro dos preconceitos e discriminação?
- A culinária indígena é usada na cozinha brasileira? Como?
- Ainda são encontrados locais de agrupamentos e reservas indígenas?
- Quais são essas tribos? Como vivem? Como se mantêm? Quais os seus atuais costumes?
- Quais são as palavras e costumes de origem indígena?
- Há influência dos índios na Língua Brasileira?
- Há influência dos índios no artesanato?
- Há influência dos índios na medicina caseira? E nos adornos pessoais?
- Os índios da Aldeia Porto Lindo conservam o meio ambiente?
- Existem rios, córregos e nascentes na Aldeia?
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