PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA:
“MEU LADO AFRICANO”
“Todo brasileiro, mesmo o
alvo, de
cabelo louro traz na alma,
quando
não no corpo, a sombra, ou
pelo menos
a pinta, do indígena ou do
negro...”
Gilberto Freyre, Casa Grande e
Senzala
LOCAL:
ESCOLA ESTADUAL PAULO FREIRE
IGUATEMI
- MS
ANO:
2012
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:
Tema:
“Meu lado africano.”
Tempo
de execução: um mês – novembro de 2012.
Culminância:
Dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra.
Característica:
Projeto interdisciplinar, envolvendo, História, Língua
Portuguesa,
Geografia, Artes, Filosofia, Sociologia e Literatura.
Série
a que se destina: 1º Ano do ensino fundamental, até o 3º Ano do Ensino Médio.
Professores Idealizadores: Janete Gnoatto e Luzia de
Fátima Layola Nunes
Professores colaboradores: todo o corpo docente da
Escola.
CONTEÚDO
FOCO:
O
conteúdo foco é a educação voltada para consciência da importância do negro
para a constituição e identidade da nação brasileira e principalmente, do
respeito à diversidade humana e a abominação do racismo e do preconceito, desenvolvido
por meio de um processo educativo do debate, do entorno, buscando nas nossas próprias raízes a
herança biológica e/ou cultural trazida pela influência africana.
Inicialmente,
será conduzido pela simples observação de fotos de revistas sobre algumas coisas
que fazem parte da cultura africana (comidas, danças, vestimentas, etc.); estabelecendo
a seguir um vínculo entre as curiosidades que surgirem dos alunos sobre o tema
e a instigação provocada pelo professor no intuito de ir avançando no conhecimento
sobre o assunto.
PROBLEMA:
Historicamente,
o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da
discriminação e do racismo que atinge a população afro-descendente brasileira até
hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos
e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual
quadro.
No
campo da educação, promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio
harmônico com a diversidade deve-se partir de temáticas significativas do ponto
de vista ético, propiciando condições desde a mais tenra idade, para que os
alunos e alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de
nossas próprias raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura
e formar a nação brasileira, pois, o preconceito e o racismo são uma das formas
de violência, diante disso, quais as situações que temos possibilidades de
mudar? Qual seria a nossa contribuição concreta para viabilizar a
conscientização das pessoas?
JUSTIFICATIVA:
Comemorar
o 20 de novembro – Dia da Consciência negra, dedicando o mês de novembro, para
debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no
processo de construção de nosso país, estado e comunidade. Com este trabalho
esperamos que a consciência de valorização do ser humano ultrapasse as
fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.
OBJETIVOS:
Valorizar
a cultura negra e seus afro-descendentes e afro-brasileiros, na escola e na
sociedade;
Entender
e valorizar a identidade da criança negra;
Redescobrir
a cultura negra, embranquecida pelo tempo;
Desmitificar
o preconceito relativo aos costumes religiosos provindos da cultura africana;
Trazer
à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento
mais crítico frente à realidade social em que vivemos.
DESENVOLVIMENTO:
O
desenvolvimento do projeto estará em consonância com os blocos temáticos citados
e será feito de acordo com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo
o problema e a proposta de conteúdo para a classe. O tema será desenvolvido na
sala de aula por meio de atividades para a sua exploração, sistematização e
para a conclusão dos trabalhos. Os alunos devem fazer observações diretas no
entorno familiar, observações indiretas em ilustrações e/ou vídeos, experimentações
e leituras. Para tanto vamos utilizar:
Livro:“Menina
bonita do laço de fita” de Maria Helena Machado, Ed. Ática,
2007;
LIVRO: O CABELO DE LELÊ - VALÉRIA BELÉM
Livro - Bruna E A Galinha D'Angola - Gercilga S.
de Almeida
Livro:
“Declaração Universal dos direitos humanos” – adaptação Ruth Rocha e
Otávio
Roth, 2003;
Estudo
de alguns artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos;
Exibição
de vídeo (clipes): ”Missa dos quilombos” – música de Milton
Nascimento;
Exibição
de vídeo – Navio Negreiro – http://www.youtube.com/watch?v=gyuT-x6a6W8
Exibição
do filme – Quilombo - http://www.youtube.com/watch?v=Nz-K23krfVY
Promover
reflexões positivas de reportagens jornalísticas e textos da atualidade que
tratam sobre o tema;
Audição,
análise e ilustração da música de Milton Nascimento “Uakti – lágrimas
do
sul”;
lustrações
dos trabalhos de Candido Portinari – “Menina com tranças e laços”
fazendo
uma analogia com o livro “Menina bonita do laço de fita” e “cabeça de
negro”.
Estar
em contato com músicas da cultura africana como o samba, a batucada;
Produção
em artes com sucatas;
Apresentação
de capoeira.
Exploração
de receitas da culinária e chás trazidos da cultura afro-brasileira, abrindo
espaço para degustação através de lanche coletivo.
Teatralidade
interpretativa de textos da cultura africana;
Realização de um desfile com o tema: “MEU JEITO AFRICANO DE SER”
Coreografias fundamentadas nas raízes negras
Realização de um desfile com o tema: “MEU JEITO AFRICANO DE SER”
Coreografias fundamentadas nas raízes negras
Atividades:
Hora
da história: leitura e análise de alguns artigos do livro “Declaração
Universal dos
Direitos Humanos” e “Menina bonita do laço de fita”;
Verificação do
caminho geográfico feito da África para o Brasil por meio do
mapa mundi;
Estudos de música,
fazendo releituras e transformando-os em ilustrações
pedagógicas para uma
amostra cultural;
Confeccionar bonecas
negras com tecido;
Confeccionar roupas e
acessórios africanos para o desfile;
Confeccionar galinhas
de Angola com purungas;
Releitura do Livro o
Cabelo de Lelê;
Pintura com giz de
cera e papel panamá.
Confeccionar cartazes
– recorte, pintura e colagem - com fotos de revistas que tratam da diversidade
étnica brasileira e a cultura do negro;
RESULTADOS
ESPERADOS:
Apropriação
de diversos saberes, além da conscientização sobre temas relevantes como
legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;
Desenvolvimento
de valores – conceitos e procedimentos;
Apropriação
de novas aprendizagens, a partir de reflexões e esclarecimentos sobre outras
culturas.
No
final, sempre com a orientação do professor, os alunos deverão organizar os conhecimentos
que adquiriram, fazendo registros de suas atividades, com desenhos, esquemas,
confecções e etc. E durante essas atividades várias atitudes e valores éticos e
humanos podem ser trabalhados para a consolidação do conteúdo foco.
No
dia 20 de novembro DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, será feito as apresentação no
saguão da Escola nos períodos matutino, vespertino e noturno, onde encerremos
com uma deliciosa feijoada regada com garapa e outros quitutes trazidos da
África.
AVALIAÇÃO:
A
avaliação acontecerá em qualquer momento do processo educativo, de forma contínua
e diagnóstica; com a intenção primordial de rever a própria prática docente criando
novas possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem-se suas potencialidades
levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da coletividade
e a participação no desenvolvimento de todas as atividades (de acordo com as
peculiaridades de cada aluno) no decorrer do projeto.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS:
O
trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. A criança negra precisa se
ver como negra e aprender a respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter
modelos que confirmem essa expectativa.
O
projeto visa à alegria e à majestade da cultura africana, tudo como deve ser, sem
constrangimentos nem equívocos.
Portanto,
este projeto trata-se de uma proposta construída, mas não acabada e estará
sujeito a mudanças de acordo com o cotidiano em sala de aula.
REFERÊNCIAS
PARA DESENVOLVIMENTO DO TEMA COM AS
CRIANÇAS:
BRASIL. Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico–
Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria
Especial de Políticas
de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.
MACHADO. Maria
Helena. Menina bonita do laço de fita. São Paulo-SP. Ed. Ática,
2007.
Revista Nova Escola.
Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e
2005.
ROCHA. Ruth. ROTH.
Otávio. Declaração universal dos direitos humanos. São Paulo-
BELÉM. VALÉRIA. LIVRO: O CABELO DE LELÊ -
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